A barra ou diagonal pode também ser chamada de slash, inclinação ou separatrix. Muito empregada na Idade Média, marcava, segundo Parkes (1993, p. 307), “a pausa mais breve ou hesitação num texto”.
Com o tempo, foi sendo substituída pela vírgula e hoje é usada em vários países, para separar números nas datas, substituir o hífen em relações contrastivas, etc., sendo também corrente na linguagem de programação de computadores.
De acordo com Luft (1989, p. 112), “as barras (...) alternam com o hífen na indicação de relações opositivas ou contrastivas: língua/fala, fala/escrita, fonema/letra, etc.” Já Kaspary (1993, p. 25) aconselha: “Para separar os elementos de uma data (dia, mês e ano), é preferível usar o hífen, que proporciona maior clareza gráfica do que o ponto (.) ou a diagonal (/): 15-10-1973; 20-11-1975.”
Podem ser encontrados na Wikipédia vários usos para esse símbolo, como, por exemplo, para oferecer duas opções quando aparece entre duas palavras. A barra também relaciona dois conceitos diferentes, que podem ser afins ou excludentes. É utilizada ainda em textos oficiais e dicionários enciclopédicos, na combinação e/ou. Esse uso é condenado, já que, nesses casos, bastaria empregar unicamente a conjunção ou.
Como se pode observar, a literatura sobre o assunto não é extensa, mas o que apuramos é que esse símbolo não consta nas gramáticas como sinal de pontuação, embora seu uso seja reconhecido desde os tempos do português arcaico. Só para dar um exemplo dos nossos dias, lembramos que o texto do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo n.º 54, de 1995) emprega a barra nos casos em que permaneceu a grafia portuguesa ao lado da brasileira, ou seja, com valor de ou: “Nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (...)”; “Nos antropónimos/antropônimos (...)”(Base XIX).
Referências
SLASH. Pontuação. Disponível em: <pt.wikilingue.com/es/Barra_(tipografía)>. Acesso em: 4/5/2010.
PARKES, M. B. Pause and effect: an introduction to the history of punctuation in the west. Berkeley: University of California Press, 1993.
LUFT, C. P. Grande manual de ortografia Globo. 4. ed. São Paulo: Globo, 1989.
KASPARY, A. J. Redação oficial: normas e modelos. 10. ed. Porto Alegre: Prodil, 1993.
